19 de jan. de 2017

Its Electric recomenda: Metal Nacional para sair da mesmice!



Que Sepultura e Angra são gigantes importantíssimos para a música pesada brasileira ninguém pode negar, muito menos que seus álbuns e músicos envolvidos construíram um legado enorme, além de uma boa plataforma para que músicos pudessem sonhar com a difícil tarefa de espalhar sua arte fora do espectro mais comum de nossa cultura.

Conformem-se Rock e Heavy Metal não fazem parte da cultura popular brasileira, tratam-se de segmentos de nicho que detém uma certa popularidade diante uma parcela da população, somente isso por enquanto, e claro que esperamos que isso mude algum dia, quem sabe? Não custa nada sonhar!

Entretanto, nós fãs, podemos dar mais chances as boas bandas que batalham por aqui, e não são poucas, assim decidi listar cinco  ótimos álbuns fora dos dois nomes citados acima que mostram muito do talento que fica escondido nesse Brasilsão...

Vamos a eles!



 Pastore - The Price For The Human Sins (2010)




Mario Pastore é um veterano na cena, vocalista com talento imenso, encontrou em seu projeto solo uma forma de colocar sua voz a serviço de músicas feitas para encaixar perfeitamente com seu estilo. The Price For Human Sins, seu debut solo,  é um prato cheio para quem gosta de um Metal Tradicional, bem feito, direto e reto.  Destaques: The Price For The Human Sins, Fallen Angel e Far Away


 King of Bones - Don't Mess With The King (2016)




Uma grande banda com uma proposta calcada no Hard Rock, músicos competentes, composições cativantes e uma produção bem acabada. Apesar de novos na cena o KoB se comporta como veteranos,  talento a serviço da música. O segundo disco dos caras é azeitado, tem personalidade e estilos próprios. Destaques: Hold Me Closer, Black Angel e Point Of No Return.


 Hibria - The Blind Ride (2011)




O Hibria é um dos melhores nomes surgidos no Brasil, são cinco discos algumas turnês no exterior. O terceiro disco dos caras é o inicio da guinada que elevou a banda de promessa para realidade, The Blind Ride é um petardo, empolgante e energético, a qualidade dos músicos envolvidos saltam aos ouvidos. Destaques: Welcome to the Horror Show, Nonconforming Minds e Blinded By Fate


 Shadowside - Inner Monster Out (2012)




Dani Nolden é uma frontwoman de responsabilidade, sua voz rouca e potente casa com estilo puxado para o Metal Tradiciocional, Inner Monster Out tem produções gringa, excelentes composições, trata-se de um disco é enxuto e eficiente. A prova que bandas brasileiras podem soar tão bem quanto qualquer outra. Vale acompanhar o trabalho deles! Destaques: Angel With Horns, Inner Monster Out e Whatever Our Fortuna



 Noturnall- Noturnall (2014)




O Noturnall é a banda mais inovadora surgida nesses últimos cinco anos por aqui, uma fusão de diversos estilos, do Prog Metal ao Groove, tudo envolvido em uma atmosfera caótica e pesada, excelentes músicos pisando no acelerador. O Debut de 2014 é grandioso, um choque para quem esperava que os ex-integrantes da segunda formação do Shaman mais Aquiles Priester iam descambar  em um Power Metal clichê se surpreendeu. Um petardo. Destaques: Nocturnal Human Side, St Triger, Hate!!


Gostaram? Sugestões? Críticas? Fiquem a vontade para comentar.


16 de jan. de 2017

Sepultura - Machine Messiah




Nota; 8,5


Ouvir Machine Messiah, o mais novo disco de Sepultura, requer uma dose de desapego ao passado da banda que olha para o futuro trabalhando novos elementos em sua sonoridade, quem conhece a história dos caras já está acostumado a rompimentos de direcionamento  sonoros de tempos em tempos.

O oitavo (sim oitavo já!) disco com Derrick Green nos vocais representa um novo tempo, bobagem comparar a banda de agora com sua fase clássica ( não escondo minha predileção pela era Max, mas não desprezo o trabalho que vem sendo feito nos últimos 20 anos), sendo assim temos que analisar a nova empreitada baseado no que estamos ouvindo no momento.

Confesso que quando ouvi os primeiros acordes da faixa título, Machine Messiah, fiquei curioso, clima cadenciado, arrastado, vocais limpos, produção grandiosa exploram um novo caminho, a faixa título funciona como um prelúdio para a pancada quase Hardcore I Am The Enemy, que já vinha sendo divulgada e tocada ao vivo.

A percussão com ritmos locais de Phantom Self e evidencia a qualidade de Eloy Casagrande na bateria, um monstro, toca muito, em um andamento quebrado, junto com as bases pesadas de Paulo Jr e Andreas Kisser, Green leva bem os vocais e restabelece alguns toques de Nation aqui e ali, destaque para solos de violinos e guitarras em profusão. 

O ritmo do disco é intenso, mas puxando para um tom mais progressivo, diferentemente dos dois discos anteriores mais diretos, Kairos, mais Thrash e Mediator mais puxado ao Death Metal. Na intrigante Alethea e na excelente e exótica instrumental Iceberg Dances, percebemos um tom mais sofisticado no disco como um todo.

A produção de Jens Borgen também contribui com aura de vanguarda que escutamos em Machine Messiah, cristalina e recheada de detalhes confronta com o padrão mais sujo e barulhento que esteve mais presente ao longo da carreira, isso pode ter um impacto positivo ou negativo, depende do ouvinte,  Sworn Oath é épica, com grande interação entre a guitarra de Andreas e orquestrações, aqui o groove e o peso comandam as ações.

O conceito ambicioso e a temática de homem dominado por máquinas ajuda a digerir tamanhas experimentações, o Sepultura quis, e conseguiu sair do lugar comum, tanto na execução instrumental impecável (a banda esta afiadíssima) como nas variantes vocais. A trinca Resistant Parasites, Silent Violence e Vandals Nest reativam a dinâmica adotada na primeira era da fase Green, ou seja, muito groove, guitarras abafadas e vocais em primeiro plano, tudo envolvido pelo conceito sonoro proposto desde o primeiro acorde.

Fechando o ambicioso registro, Cyber God vai na linha da faixa título, cadenciada e angustiante, Green solta seus vocais limpos com competência e Eloy, bem... destrói tudo, uma ótima forma de encerrar o disco, com peso e dramaticidade.

Não esperem um disco fácil, Machine Messiah é complexo e ambicioso demonstrando que o Sepultura não quer ficar parado, pelo contrário, vem buscando novas experiências ao longo dos anos. Acertaram a mão em um grande disco.


Machine Messiah (2016)



A Banda

Andreas Kisser (Guitarra e Backing Vocal)
Derrick Green (Vocal)
Eloy Casagrande (Bateria e Percussão)
Paulo Xisto Jr (Baixo)