30 de nov. de 2014

Megadeth: 10 grandes músicas da era Shawn Drover e Chris Broderick

Da esquerda para direita, Ellefson, Mustaine, Drover e Broderick


Essa semana os fãs do Megadeth foram surpreendidos pelas notícias quase que simultâneas das saídas de Chris Broderick (Guitarra,  2008-2014) e Shawn Drover (Bateria, 2004-2014), o núcleo aparentemente estável se desfez e agora a banda de Dave Mustaine inicia a busca de novos membros, vale lembrar que David Ellefson retornou em 2010.

Aproveitando esse fato, fiz uma breve análise do legado de cada um, Shawn Drover é o baterista que ficou mais tempo com a banda, participou da tour da divulgação do disco The System Has Failed em 2004, em estúdio gravou United Abominations (2007), Endgame (2009), Thriteen (2011) e Super Collider (2013).

Drover nunca foi uma unanimidade entre os fãs, ficando à sombra de Nick Menza que chegou  retornar em 2004 mas não emplacou, com um estilo mais reto e seco se adaptou bem ao estilo das composições dessa fase mais recente.

Chris Broderick, substituiu o irmão de Shawn Drover, Glen Drover, na guitarra na derradeira perna da tour de United Abominations, dotado de uma técnica refinada, timbres pesados e velocidade, Broderick é visto como um dos melhores instrumentistas que passaram pelo Megadeth e rivaliza com Marty Friedman o título de melhor guitarrista que passou pela banda. Gravou os discos  de estúdio Endgame (2009),  Thriteen (2011) e Super Collider (2013).

Ambos integraram o Megadeth no período da aclamada tour do Big 4 Of Thrash Metal ao lado de Anthrax, Slayer e Metallica.

Fiz uma seleção de grandes momentos dos álbuns que ao menos um dos dois estavam presentes, uma vez que em  United Abominations, Chris não integrava a banda.


#10 - Built For War (Super Collider)

Começamos pelo final da jornada dos dois músicos, Super Collider é um disco razoável que falhou ao dar continuidade a ótima série iniciada em 2007, mas tem seus bons momentos, Built For War é um deles, furiosa, com uma levada de batera insana, harmonias de guitarras bem sacadas e grandes solos.





#9 - Fast Lane (Thirteen)

Esta é uma grande música do disco que marcou o retorno de Dave Ellefson para o Megadeth, o encontro da pegada mais pesada dos anos 80 com melodias da grande fase dos anos 90, Fast Lane é um bom resumo da versatilidade de Dave Mustaine como compositor, vale ressaltar as guitarras matadoras da dupla Mustaine/Broderick.





#8 - Dialectic Chaos (Endgame)

O melhor registro da fase recente do Megadeth, Endgame poderia ter todas as músicas nessa lista, um dos maiores discos do grupo, a instrumental Dialectic Chaos é o símbolo da qualidade musical da turma de Mustaine nessa fase, guitarras e mais guitarras explodindo nossos ouvidos.





#7 -  Public Enemy No. 1 (Thirteen)

Outra grande música, poderia facilmente entrar em Countdown To Extincion, bons riffs, solos inspirados, refrão fácil e cativante. Mais um acerto para a turma de Dave Mustaine.




#6 -  The Hardest Part of Letting Go... Sealed With a Kiss  (Endgame)

Uma grande balada épica deste clássico, vale ressaltar o grande arranjo de guitarras de Broderick, que além de tecnicamente impecável mostra sensibilidade e talento. As guitarras de Mustaine e Broderick se completam em grande estilo.






#5 - Play For Blood (United Abominations)

A  intrincada e recheada de groove Play For Blood, tem uma levada de bateria sensacional, grande trabalho dos bumbos e no andamento complexo, ótima música, boa atuação da banda como um todo.






#4 - Head Crusher (Endgame)

Uma das primeiras músicas do já clássico Endgame, evocando os tempos de Peace Sells e So For Far, So Good, So What! Head Crusher é um ataque de guitarras furisosos, mostrando a velocidade e qualidade da digitação das notas de Broderick. Uma pedrada.





#3 - Sleepwalker (United Abominations)



Justiça seja feita, United Abominations é um grande disco, apesar de Chris Broderick não o ter gravado, Glen Drover faz um bom trabalho nas guitarras, assim como Shawn, que entregou uma perfomance sólida com suas batidas secas e seus bumbos bem presentes. Uma grande canção.





#2 - Sudden Death - (Thirteen) 

Sonzeira, mais um som que remete a Peace Sells, aqui Shawn Drover mostra força ao destruir sua bateria com uma levada demolidora, uma grande atuação ao lado de Ellefson que adiciona muito peso no baixo. Mais uma vez Mustaine e Broderick incendeiam tudo com suas guitarras.





# 1-  Endgame (Endgame)

Não podia ser diferente o melhor disco do Megadeth desde Countdown To Extintion iria ter uma faixa que encabeçaria a lista, e Endgame, é um petardo que honra as tradições do mega clássico Rust In Peace. Arranjos complexos, andamentos variados, e guitarras, guitarras e mais guitarras, a sequencia de solos na faixa título é  de tirar o folêgo!




Infelizmente a jornada de Chris Broderick e Shawn Drover no Megadeth chegou ao fim, mas o legado de ambos na história da banda de Dave Mustaine ficou marcado como um dos bons momentos desse gigante do Heavy Metal.

Aproveitem!

29 de nov. de 2014

Discografia Comentada: Nevermore (1994- 2011) - Parte 1


É hora de mais uma discografia comentada aqui no Its Electric, e o nome da vez é o  Nevermore, eles entraram em um hiato em 2011 e ainda não há nenhum sinal de retorno no curto prazo. 

Enquanto as coisas continuam nebulosas por lá,  vale conhecer uma das bandas mais originais e enigmáticas surgidas nos anos 90.



O ínicio





O Nevermore surgiu em Seattle logo após a dissolução do Sanctuary por volta de 1991, quando o vocalista Warren Dane e o baixista Jim Shepard se juntaram ao guitarrista Jeff Loomis (esse também  integrou o Sanctuary na tour do disco Into The Mirror Black).  O trio pretendia dar continuidade a sonoridade pesada da antiga banda mas por sua vez incluiram uma maior gama de influências experimentais tais quais o Gothic Rock e traços de Doom Metal.

A cena metal da época era complicada e o mundo ainda vivia a ressaca do fim do Grunge, sem a grande mídia e com um clima pouco favorável Dane e Cia trabalharam em estúdio para a estréia com o produtor Neil Kernon (que produziu o Queenrÿche em The Warning e Rage For order) que  assumiu as rédeas da parte técnica após as gravações da primeira demo tape em 1994.

Ainda com poucos recursos, assinaram com o selo Century Media, que na época investia em nomes promissores do Metal como o Iced Earth. Tocaram o projeto em um cenário adverso e uma produção ainda deficiente, mesmo assim a banda chamou a atenção graças a originalidade de sua proposta.


Nevermore (1995)




Todo o clima sombrio e tenso pode ser sentido quando as primeiras notas ecoam,  Warrel Dane já demonstra linhas vocais mais contidas, focando nos vocais mais graves, logo de cara ficava evidente a qualidade de Jeff Loomis, na época uma jovem promessa das guitarras.

O debut abre com a pesada e intrincada What Tomorrow Knows, carregada e sombria C.B.F (Chrome Black Future) traz os ecos de Sanctuary, incluindo vocais mais altos e as bases mais Thrash Metal, porém a assinatura Nevermore já é percebida, o ar sombrio impera, destaque para Van Williams que assume as baquetas nessa faixa e já mostra toda sua habilidade.

A inegável influência de Queensrÿche dá o tom na melhor faixa do debut, The Sanity Assassin,  esta conta com a grande performance de Warren Dane,  tanto nos graves como nos agudos, Jeff Loomis também mostra seu arsenal com um grande solo.

The Garden evidencia traços progressivos aliados ao groove imposto pelo baixo de Jim Sheppard, Sea Of Possibilities acelera com a mistura de Thrash Metal com Progressivo, a produção fraca compromete um pouco, mas o poder da composição se sobressai, The Hunting Words é arrastada, quase Doom, evoca vocalizações góticas de Dane, em um clima melancólico e profundo.

Fechando a estréia, Timothy Leary* é perturbadora e mergulha no Metal Progressivo com linhas pouco convencionais, Godmoney ressuscita o Sanctuary de Into The Mirror Black, guitarras ferozes, andamento up tempo e vocais mais raivosos de Dane.

Munidos de um bom disco de estréia e muita vontade de crescer o Nevermore caiu na estrada com o Blind Guardian na Europa  e o  Death nos Estados Unidos.

*quem é Timothy Leary

The Sanity Assassin 






Track List

  1. What Tomorrow Knows 
  2. C.B.F (Chrome Black Future)
  3. The Sanity Assassin
  4. The Garden
  5. Sea Of Possibilities
  6. The Hunting Words
  7. Timothy Leary
  8. Godmoney

A Banda

Warrel Dane (Vocais)
Jeff Loomis (Guitarra)
Jim Sheppard (Baixo)
Van Williams (Bateria Faixas 2,3,5 e 7) e Mark Arrington (Bateria Faixas 1, 4, 6 e 8)


In Memory EP  (1996)





A boa projeção da tour de estréia trouxe mais recursos e visibilidade ao Nevermore  que recrutou Pat O'Brien para a segunda guitarra, com a nova formação entram em estúdio com Neil Kernon  e gravam o EP In Memory, agora com uma qualidade de gravação superior que evidenciou a qualidade dos músicos, o Thrash/Power/Progressivo ganhou mais corpo, assim como as influências góticas e doom se fazem mais presentes.

Optimist Or Pessimist é pesada e direta, Matricide é progressiva e emocional com um refrão explosivo e arranjos variados, a maturidade de composições fica bem clara em  In Memory, uma das canções mais inspiradas da carreira dos caras.

Fechando o EP o medley do Bauhaus Silent Hedges/Double Dare escancaram a influência do Gothic Rock e pós Punk de Warrel Dane, e a melancólica The Sorrowed Man é um grande cartão de visitas de Jeff Loomis tanto na intro acústica como  no solo inicial, o EP preparou os fãs para o segundo e Full Leght.



In Memory




Track List

  1. Optimist Or Pessimist
  2. Matricide
  3. In Memory
  4. Bauhaus Silent Hedges/Double Dare
  5. The Sorrowed Man 


A Banda

Warrel Dane (Vocais)
Jeff Loomis (Guitarra)
Pat O'Brien (Guitarra)
Jim Sheppard (Baixo)
Van Williams (Bateria)



 The Politics Of Ecstasy (1996)




No embalo do EP, o segundo álbum mantém a curva de qualidade ascendente, The Politics Of Ecstasy é visivelmente mais pesado, direto  e bem produzido em relação a estréia, o conteúdo lírico continua focado em psicologia, críticas à sociedade e principalmente religião (tema recorrente nos registros do Nevermore).

A evolução sonora é nítida, o entrosamento da turnê trouxe mais consistência, e até hoje The Politics Of Ecstasy é considerado por muitos fãs como o melhor registro da banda, Pat O'Brien adicionou uma boa dose de peso nas bases e enriqueceu as harmonias, Van Williams se destaca mais na bateria, agora gravando todo o disco teve a oportunidade de mostrar seu ótimo trabalho.

O disco trouxe alguns clássicos eternos como a paulada Seven Tongues Of Gods e seu massacre de guitarras, a tétrica e hipnotizante  Passanger é um Gothic Metal indefectível, enveredando para o groove pesadíssimo do baixo de Jim Sheppard (sua especialidade) The Politics Of Ecstasy* é a faixa mais complexa do disco, com um interlúdio progressivo de tirar o fôlego, outro grande clássico.

Ainda vale destacar a pesada Lost, a bela passagem acústica Precognition que evidencia a habilidade de Jeff Loomis como guitarrista e arranjador, The Learning fecha o disco em mais uma viagem progressiva e obscura.

Ainda nas sessões de gravações foi feita o cover de Love Bites do Judas Priest, que entrou para excelente tributo A Tribute to Judas Priest: Legends of Metal

*Baseada no livro de mesmo nome do autor Timothy Leary



Seven Tongues Of God





Track List

  1. Seven Tongues Of God
  2. This Sacrament
  3. Next In Line
  4. Passanger
  5. The Politics Of Ecstasy
  6. Tiananmen Man
  7. Precognition (instrumental)
  8. 42147
  9. Learning


A Banda

Warrel Dane (Vocais)
Jeff Loomis (Guitarra)
Pat O'Brien (Guitarra)
Jim Sheppard (Baixo)
Van Williams (Bateria)

Com os bons resultados obtidos o Nevermore  continuava sua escalada rumo a uma posição de destaque na cena Metal, os anos seguintes marcaram o topo da carreira da turma de Seattle, mas isso fica para a próxima. 

Fiquem atentos que ainda teremos a segunda e terceira parte da discografia comentada do Nevermore aqui no Its Electric.

Até lá, curtam esses 3 grandes registros!






26 de nov. de 2014

Korzus - Legion




Nota: 8,5

O Korzus é um dos patrimônios do Heavy Metal brazuca, na ativa desde o a metade dos 80's a banda de São Paulo já passou por todas as experiências possíveis dentro de um cenário totalmente adverso para quem se aventura no universo da música pesada, sobrevivendo e construindo uma carreira sólida, eles chegaram a um dos pontos mais altos de sua jornada com o excelente Legion.

Os memoráveis Ties Of Blood (2004) e Discipline Of Hate (2010) foram sucedidos por um grande registro, Legion é um petardo, uma aula de vigor e profissionalismo, a produção assinada pelo guitarrista Heros Trench é crua mas cuidadosamente bem acabada nos timbres potentes, a mixagem de Marcelo Pompeu coloca tudo no devido lugar.

Musicalmente as coisas fluem com naturalidade, sim aquele Thrashão com a boa e velha influência de Slayer continua sendo a orientação principal, mas notamos momentos mais melódicos combinados com muito peso e intensidade.

A banda mostra que a experiência faz diferença, Marcelo Pompeu vocifera com fúria e emoção, a dupla Heros Trench e Antonio Araújo dão uma aula de guitarras, paredes de riffs, duetos e solos enlouquecidos, Dick Sibert segura as pontas com seu baixo pulsante e Rodrigo Oliveira é um baterista técnico que não pensa duas vezes ao espancar sua bateria.

Toda brutalidade habitual  de seu Thrash Metal estão presentes,as massas sonoras de  Lifeline, Lamb e Vampiro (esta última cantada em português) são demonstrações da mais pura forma de agressividade sonora, fazendo a alegria dos fãs que sempre esperam um recado direto.

Entretanto, um dos maiores destaques da nova empreitada do Korzus é a adição muito bem sacada das melodias como em Broken e  Self Hate, ambas contém solos memoráveis e uma dose muito bem vinda de um groove arrebatador.

Explodindo cabeças Bleeding Pride é um tapa na orelha. O disco fecha com espetacular Legion, uma música grandiosa, com grandes melodias, Pompeu soa muito bem com vocais agressivos e melodiosos, Trench, Araújo e Sibert criam paredes sonoras intensas e Rodrigo implode tudo com uma levada arrasadora, uma música ambiciosa, um épico que encerra o disco de maneira sensacional.

É impressionante e surpreendente como o Korzus mesmo após tantos anos continua melhorando sua sonoridade, compondo de maneira certeira e excetuando tudo com maestria.

Compre e divirta-se


Bleeding Pride



Legion (2014) 
  1. Lifeline
  2. Lamb
  3. Six Seconds
  4. Broken
  5. Vampiro
  6. Die Alone
  7. Aparatus Belli
  8. Time Has Come
  9. Purgatory
  10. Self Hate
  11. Belleding Pride
  12. Devil's Head
  13. Legion
A Banda

Marcelo Pompeu (Vocais)
Heros Trench (Guitarra)
Antônio Araújo (Guitarra)
Dick Sibert (Baixo)
Rodrigo Oliveira (Bateria)

25 de nov. de 2014

AC/DC - Rock Or Bust





Nota: 4,5


O AC/DC atravessa seu momento mais crítico desde a morte de Bon Scott, Malcom Young se afastou da banda devido a problemas mentais e após dilemas de parar ou continuar, eles optaram por dar continuidade e retomaram os trabalhos em estúdio.

Com uma carreira brilhante e clássicos imortais cada novo disco é um verdadeiro desafio, se em 2008 passaram na prova com o sólido Black Ice, a turma liderada agora por Angus Young não atingiu a nota de corte, é duro admitir mas Rock Or Bust é um disco fraco!

A produção é raquítica e tirou muita potência do som, o AC/DC sempre teve na pegada das guitarras seu trunfo, som simples, mas grandioso, desta vez tudo soa inofensivo e sem grandes traços de empolgação, a estética sonora de Hard Rock direto e cativante continua firme, mas mal acabada sem qualquer força.

Um dos pontos mais baixos do disco são os vocais de Brian Johnson, um dos responsáveis pela continuidade da banda sentiu o peso do tempo, e mesmo com claras alterações de pro tools o trabalho vocal ficou comprometido, Phill Rudd pouco fez além de tocar tudo com uma má vontade tremenda.

A faixa título Rock Or Bust abre o disco e já mostra que existe algo de errado, mesmo com um bom riff e solos bem colocados de Angus, alguma coisa ficou faltando..seria Malcom?

Play Ball não anima, e Rock The Blues Away é uma das piores músicas do disco, refrão fraco e vocais chatíssimos, Miss Adventure melhora o astral evocando o clássico Thunderstruck, seus corinhos infames e guitarras nervosas. Dogs Of War amplia o lado bom do disco,que se tivesse uma produção mais potente poderia ir mais longe, ao vivo pode funcionar muito bem.

A ausência de Malcom pode explicar canções menos inspiradas e as bases mais fracas, mas não podemos aceitar que Got Some Rock & Roll Thunder seja gravada por uma banda deste tamanho, palmas enfadonhas e vocais bem fracos, surfando na onda da decadência, Hard Times, é uma ode ao som inofensivo, um rockinho infantil, bonitinho.

Baptism By Fire traz mais energia, o baixo de Cliff Williams chama as guitarras do estreante Steve Young numa base empolgante, sim aqui temos o AC/DC chutando bundas e colocando a casa para baixo, pegando carona Rock The House tem pedigree da banda, com excelentes solos.

Sweet Candy e Emission Control enterram qualquer chance de reação, colocando a banda em modo automático tocando o trivial, mediano, não mais que isso.

Quer ouvir AC/DC? Coloque High Voltage, Highway To Hell, Back In Black e For Those About To Rock para rodar e seja feliz, enquanto ao Rock Or Bust... passe longe!


Play Ball



Rock Or Bust (2014)

01. Rock Or Bust
02. Play Ball
03. Rock The Blues Away
04. Miss Adventure
05. Dogs Of War
06. Got Some Rock & Roll Thunder
07. Hard Times
08. Baptism By Fire
09. Rock The House
10. Sweet Candy
11. Emission Control

A Banda

Brian Johnson (vocais)
Angus Young (guitarra)
Stevie Young (guitarra)
Cliff Williams (baixo)
Phil Rudd (bateria)

24 de nov. de 2014

Blues Pills - Blues Pills





Nota: 7,5

Na última década vimos uma explosão de de bandas resgatando os anos 60 e 70, seja no Rock Alternativo, no Hard Rock e no Heavy Metal, paradoxalmente ao panorama musical do inicio dos anos 2000 que apontava que o futuro do Rock e Metal estavam atrelados aos samplers eletrônicos e elementos industriais.

No meio desse turbilhão, muitas bandas surgiram e esse revival se banalizou , no meio de tanta mesmice surgem nomes que se destacam, no time dos vencedores vem os Blues Pills, banda multinacional (França, Suécia e Estados Unidos) captaneada pela bela vocalista Elin Larsson, que não esconde sua maior influência, Janis Joplin.

Entretanto, o Blues Pills tem algo a mais para atrair o ouvinte, a banda é competente e as composições cativam pela grande carga emocional que as mesmas carregam, o material é bem escrito e pode facilmente tocar nas rádios.

Logo no inicio em High Class Woman, Larsson mostra sua voz potente arrasando tudo num refrão fácil e cativante, impossível não encontrar vestígios  da já citada Janis Joplin, mas também Jimmi Hendrix, The Who e outros, mantendo a pegada up tempo com um grande riff Dorian Sorriaux, Ain't No Change é um rockão pesado nos moldes mais clássicos possíveis, outro grande momento.

Os rastros psicodélicos, e a produção cuidadosamente empoeirada pode soar forçada para ouvintes mais atentos, mas o conteúdo se sobressai no geral, a trinca com a pesada Jupiter, a semi balada ocultista Black Smoke e  a bluseira River colocam o disco num patamar elevado para a estréia, vale ressaltar que tudo é muito bem tocado e propositalmente arranjado e preparado para a voz de Elin Larsson brilhar.

Devil Man coloca mais peso e sujeira no disco, um excelente trabalho nas intrincadas viradas do baterista Corry Berry e no groove demolidor do baixo de Zack Anderson, uma paulada com outro excelente trabalho das guitarras, a sensacional balada Little Sun fecha o debut do Blues Pills de forma serena e emocional.

O Blues Pills consegue se destacar diante um cenário saturado de bandas querendo soar como seus pais na adolescência delinquente no auge da rebeldia no Rock, muito desta qualidade é atrelada a habilidade dos músicos e de uma vocalista que não deixa pedra sobre pedra com sua voz privilegiada.

Uma boa estréia.


Black Smoke




Little Sun



Blues Pills (2014)


  1. High Class Woman
  2. Ain't No Change
  3. Jupiter
  4. Black Smoke
  5. River
  6. No Hope Left For Me
  7. Devil Man
  8. Astralplane
  9. Gyspy
  10. Little Sun

A Banda

Elin Larsson (Vocais)
Zack Anderson (Baixo)
Cory Berry (Bateria)
Dorian Sorriaux (Guitarra)


20 de nov. de 2014

Slash - World On Fire




Nota: 7,5

Faz um bom tempo que Slash consegue destaque com seus trabalhos solos, desde que montou o Snakepit em 1995 até o forte e empolgante Apocalyptic Love de 2012 ele vem mostrando que sabe como poucos escrever bons discos de Hard Rock recheado de boas guitarras e aquele clima descontraído e direto que sempre norteou sua carreira.

Ao repetir a parceria com Myles Kennedy (Alter Bridge) Slash apostou numa química que funcionou muito bem em 2012 e que se repetiu com êxito agora em World On Fire, este não desbancou seu antecessor por esbarrar em 2 problemas, o primeiro, não existe grande diferença estética entre os trabalhos, o segundo, o disco é longo e se torna um pouco cansativo quando chega ao seu final, são 17 faixas  em 78 minutos, faltou filtro.

Mas dentro de mais de uma hora de música os destaques empolgam mas correm o risco de perder força se misturados a muitas faixas sem grandes propósito, impossível não se empolgar com a poderosa e frenética World On Fire  ou com a inspirada e totalmente Gunner Wicked Stone, em ambas a guitarra afiada de Slash dispara seus bons riffs e seus solos perfeitos, aula de bom gosto.

O disco emplaca mais bons riffs com a animada 30 Years To Life, destaque para a boa entonação de Myles Kennedy,  assim como na cadenciada  Bent To Fly que possuí um grande arranjo acústico no inicio e um clima de power ballad muito bem vindo,a banda de apoio formada por Todd Kerns (baixo) e Brent Fritz (Bateria, Percussão e Piano) é digna de nota.

Os problemas de World On Fire começam justamente aqui, após um bom começo, o disco perde pegada e caminha para tentar recriar Apocalypitc Love, e digamos que as coisas não funcionam tão bem, poucas faixas se destacam a partir de então até o ponto que o trabalho se aproxima do rótulo de genérico, mas felizmente consegue escapar.

Mesmo não tendo músicas essencialmente ruins, encontramos muito material que poderia ter sido guardado e retrabalhado de forma mais cuidadosa,  Stone Blind tem um solo legal mas parece um recorte dos tempos de Snakepit, Too Far Gone tem muito pouco a dizer apesar do belo solo, as coisas melhoraram e muito com Beneath The Savage Sun, um refrão forte acompanhado das guitarras certeiras, especialidade de Mr Saul Hudson, faixa que lembra muito Alter Bridge do Fortress, faltou músicas com essa ousadia. A Instrumental Safari Inn mostra um pouco mais da elegância de Slash pilotando as seis cordas, mais uma boa música.

Citar as 17 faixas é desnecessário e maçante, até porque requer muitas audições para identificarmos exatamente as características do conteúdo, isso é bom porque torna o disco mais durável, mas, como é o caso, muito do que foi gravado acaba passando batido.

Em linhas gerais World On Fire é um disco de Hard Rock decente, bem gravado e muito bem tocado, mas pecou nos excessos, em um ano que muitos trabalhos excelentes foram lançados ficou difícil para Slash e Cia firmarem na lista dos melhores do ano, e mesmo sendo  legal de se, ouvir a sensação de que podem entregar mais é inegável.

Colocando em uma perspectiva mais otimista, seria um grande registro de uma banda iniciante, mas é apenas um bom registro na carreira da lenda chamada Slash.



World On Fire



World On Fire (2014)


  1. World On Fire
  2. Shadow Life
  3. Automatic Overdrive
  4. Wicked Stone
  5. 30 Years To Life
  6. Bent To Fly
  7. Stone Blind
  8. Too Far Gone
  9. Beneath The Savage Sun
  10. Withered Delilah
  11. Battleground
  12. Dirty Girl
  13. Iris Of The Storm
  14. Avalon
  15. The Dissident
  16. Safari Inn
  17. The Unholy
A Banda

Myles Kennedy (Vocais)
Slash ( Guitarra)
Todd Kerns (baixo) 
 Brent Fritz (Bateria, Percussão e Piano)

19 de nov. de 2014

Discografia Comentada: Black Country Communion (2010-2013) - Parte II


2: O Black Country Communion expande suas fronteiras




Após o debut extraordinário  Hughes, Bonamassa, Sherinian e Bonham se reuniram  com o produtor e mentor Kevin Shirley ainda em 2010 para dar inicio ao segundo trabalho lançado em 2011, mais uma vez o Hard Rock épico com influências de Blues, Soul e até Rock Progressivo impressiou quem achava que eles não conseguiriam repetir a mesma performance do disco anterior.

Em 2 o ouvinte é transportado para uma atmosfera contagiante, os talentos se uniram para entregar um grande resultado, ao mesmo tempo que evocam nomes dos clássicos como Deep Purple e Led Zeppelin o BCC possuí seu próprio estilo, e dificilmente terá um sucessor neste estilo.

Excelentes instrumentistas, composições ousadas e uma produção de primeira colocou o BCC no topo das bandas, um super time que explorou muito bem suas qualidades sem soar auto indulgente, é música boa, bem tocada e feita com alma.

A sonoridade grandiosa do primeiro álbum foi mantida, com maior presença dos teclados e de intervenções acústicas, o tom épico e até certo ponto progressivo foi mantido mas em menor grau, ao lado de pauladas como The Outsider e Man In The Middle encontramos a épica e recheada de harmonias acústicas The Battle For Handrian's Wall com Bonamassa nos vocais, a grandiosa Oridinary Son e a emocional e intrincada Cold.

O maior atributo do segundo disco dos caras é não se preocupar com padrões radiofônicos e fazer música de primeira, com ambição e grandiosidade fazendo jus  aos nomes dos evolvidos nessa jornada. Disco obrigatório assim como o debut.



Man In The Middle




2 (2011)


  1. The Outsider
  2. Man In The Middle
  3. The Batlle For Handrian's Wall
  4. Save Me
  5. Smokestack Woman
  6. Faithless
  7. An Ordinary Son
  8. I Can See Your Spirit
  9. Little Secret
  10. Crossfire
  11. Cold

Turnê de divulgação e Live Over Europe (2011)






O Black Country Communion divulgou seu segundo disco em uma pequena turnê Européia que passou por Espanha, Holanda, Alemanha e Reino Unido, desses shows  saiu o vídeo Live Over Europe, compilado de três apresentações na Alemanha. Entre as músicas foram colocados entrevistas com os membros da banda.

Além disso a banda fez seu debut em solo norte americano com sete shows, as pequenas turnês geraram tensão e conflito de interesses entre Hughes e Bonamassa, uma vez que priorizar as carreiras solos dos integrantes inviabilizaria a continuidade do projeto.

O set  list de Live Over Europe é uma compilação dos dois trabalhos lançados pelo BCC com a adição de 2 covers, Burn do Deep Purple e The Ballad Of John Henry de Joe Bonamassa.

A banda desfila toda sua competência ao vivo, mostrando o calibre dos músicos, execução impecável amparada por um repertório digno dos grandes nomes da história do Rock. Uma pena que a banda fez poucas apresentações.


Song Of Yesterday


The Batlle For Handrian's Wall



*
1."Revolution of the Machine" (intro)Kevin ShirleyJeff Bova1:45
2."Black Country"  Glenn HughesJoe Bonamassa3:51
3."One Last Soul"  Hughes, Bonamassa4:01
4."Crossfire"  Hughes6:32
5."Save Me"  Hughes, Jason Bonham, Bonamassa, Derek Sherinian, Shirley, Chris Blackwell8:08
6."The Battle for Hadrian's Wall"  Bonamassa, Hughes, Shirley4:51
7."Beggarman"  Hughes5:12
8."Faithless"  Hughes, Bonamassa, Shirley5:20
9."Song of Yesterday"  Bonamassa, Shirley, Hughes9:10
10."I Can See Your Spirit"  Hughes, Bonamassa, Shirley5:06
11."Cold"  Hughes, Bonamassa, Shirley7:56
12."The Ballad of John Henry" (originally performed by Joe Bonamassa)Bonamassa, Mississippi John Hurt10:45
13."The Outsider"  Hughes, Bonamassa, Shirley, Sherinian5:21
14."The Great Divide"  Hughes, Bonamassa4:47
15."Sista Jane" (includes outro to The Who's "Won't Get Fooled Again")Hughes, Bonamassa, Pete Townshend7:53
16."Man in the Middle"  Hughes, Bonamassa, Shirley4:50
17."Burn(originally performed by Deep Purple)Ritchie BlackmoreDavid CoverdaleJon LordIan Paice7:57
18."Smokestack Woman" (credits)Hughes5:10
Total length:
108:35

*Track List extraído do Wikipedia.


Afterglow e o fim do Black Country Communion






Chegamos a 2012, a essa altura a relação entre Hughes e Bonamassa já não era das mais amigáveis e o pivô das tensões foi a agenda conflitante e as prioridades em relação à banda. Bonamassa  deu preferência a sua carreira solo, Hughes queria mais espaço na agenda para o BCC, esse impasse resultou no fim dessa grande banda. 

Entretanto o clima ruim, felizmente, não se transportou para o disco. Afterglow é um trabalho mais direto que o debut e o 2, mas não menos interessante, Big Train abre a todo vapor, uma pancada, que mostra a força desse timaço, Midnight Sun destila seu Hard Rock com uma levada alto astral, a zepelliana Afterglow evidencia toda elegância de Hughes/Bonamassa/Bonham/Sherinian com um grande arranjo. A emocional Circle traz a tona o feeling bluseiro de Bonamassa.

Apesar do clima de despedida e sem nenhum show de divulgação, o terceiro disco de estúdio de inéditas do BCC cumpriu seu papel em entregar um trabalho consistente, à altura da curta mas impressionante trajetória do conjunto.

Esperamos que Aferglow não seja um adeus mas apenas um até logo!



Big Train 




Afterglow (2012)


  1. Big Train
  2. This Is Your Time
  3. Midnight Sun
  4. Confessor
  5. Cry Freedom
  6. Aferglow
  7. Dandelion
  8. The Circle
  9. Common Man
  10. The Giver
  11. Crawl

A Banda

Glenn Hughes (Vocais, Baixo e Violão)
Joe Bonamassa (Guitarra, Vocal e Violão)
Jason Bonham (Bateria)
Derek Sherinian (Teclados)

Após o fim...

Após o fim do BCC, Glen Hughes e Jason Bonham montaram o California Breed com o jovem guitarrista Andrew Watt, e lançou seu debut em 2014, o review do disco pode ser lido aqui.

Bonamassa está dando prosseguimento a sua carreira solo, assim como Sherinian toca seus projetos, estando sempre ocupado. A boa noticia é que recentemente tanto Hughes quanto Bonamassa afirmaram que não nutrem sentimentos ruins entre ambos, e que se respeitam bastante. Quem sabe uma luz de um quarto registro não se ascenderá em breve?