3 de abr. de 2014

Iced Earth - Plagues Of Babylon




Nota: 7,5

O Iced Earth finalmente acertou a mão quando lançou o aclamado Dystopia em 2011, estreando com Stu Block nos vocais, o sucesso dessa nova fase levou a uma longa tour mundial de quase 3 anos.

Apesar de mais mudanças na formação, o núcleo formado por Jon Schaffer, Stu Block e Troy Steele aparece mais uma vez, e aparentemente garantem uma certa estabilidade à banda, aliás, falar em formação sólida do Iced Earth soa quase como piada.

Entretanto o trio se entendeu bem e dividiu boa parte dos créditos das composições mostrando que Jon Schaffer confia no trabalho de seus colegas e aos poucos vai abrindo mão de estar 100% a frente de tudo, e isso gerou um grande resultado.

O novo baixista Luke Appleton adicionou muito tecnicamente e  apareceu como compositor em 2 faixas logo em sua estreia, mais uma prova que o Iced Earth (ou seja Jon Schaffer) está mais disposto a ouvir novas idéias.

Musicalmente Plagues of Babylon é mais denso e obscuro que Dystopia, e retorna com o conceito de Something Wicked em metade das músicas. Se perde um pouco em intensidade,  ganha em novos contornos soturnos e arranjos complexos, de fato  não superou seu antecessor mas certamente conseguiu atingir um alto padrão de qualidade.

O disco é muito bom de ouvir apesar de não ser fácil de digerir,  contudo tem todos os elementos que consagrou a banda, passando a fase clássica, de Iced Earth ao Something Wicked This Way Comes (1991 a 1998) até a que compreende Horror Show, The Glorious Burden e as duas partes de Something Wicked (2001 a 2009). Se olharmos extensa discografia da banda, Plagues Of Babylon se coloca bem e crava sua posição entre os acertos da banda.

As guitarras maciças nas bases de Schaffer galopam com o baixo e a bateria, Steele adiciona boas melodias nos solos e Stu Block consegue entregar performances convincentes honrando o legado de Matthew Barlow.

O clima épico e sombrio da abertura na faixa título Plagues Of Babylon é um grande cartão de visitas, são mais de 7 minutos que reflete o bom momento do Iced Earth,  a longa introdução com a bateria e as guitarras abrindo espaço para um som clássico, Heavy Metal em sua essência.

Democide traz a junção Thrash e Power Metal que consagrou a turma de Jon Schaffer, vocais ferozes mas melodiosos, parede de guitarras e baixo e bumbos ditando o ritmo, Stu Block gravou duas linhas vocais sobrepostas, uma boa sacada!

The Culling traz  a mente o trabalho realizado nas duas partes de Something Wicked, uma música intrincada, com doses de peso e um refrão forte, vale destcar o bom trabalho de Luke Appleton que tira grandes linhas de baixo.

A dupla Among The Living Dead e Resistance apostam em melodias diretas mas com incursões mais complexas explodindo em bons refrães, podemos notar a maior presença da guitarra solo.

O acento épico de The End? explora muito bem os vocais de Stu Block, um grande momento da banda como um todo, é como uma visita aos tempos do clássico The Dark Saga, a influência de Iron Maiden é nítida e bem vinda, Troy Steele acerta em cheio com um grande solo.

If I Could See You mantém a tradição de fortes power ballads dos americanos, vocais bem limpos em tons médios, guitarras melodiosas e um refrão grudento, todos os fãs esperam algo do gênero nos álbuns deles, Cthulhu muda a atmosfera, começa introspectiva até explodir abrindo espaço a cavalgadas pesadas das guitarras e bateria pulsante flertando com prog metal, outro grande momento do álbum.

Caminhando para o fim do álbum, Peacemaker traz a tona a sonoridade do controverso The Glorious Burden, muito próxima das raízes do metal tradicional enfatizando as melodias das vozes e das guitarras, Stu Block é o destaque com sua interpretação indefectível.  Parasite apresenta uma quebradeira na bateria muito interessante por parte do brasileiro Raphael Saiani,  os grooves do baixo e as guitarras cheia de efeitos combinam e reascende a parede sonora tipica do Iced Earth.

A balada Spirit Of Times e o cover Highwayman fecham o álbum de forma convincente mas não brilhante, mostrando que poderiam ter colocado mais músicas aceleradas, talvez para distanciar de Dystopia eles optaram por trabalhar os arranjos de forma mais complexa e mostrar novos rumos que essa formação pode chegar.

O resultado final é certeiro, consolidando um novo núcleo criativo e mostrando um passo a diante na discografia , poucas bandas tem o privilégio de viajar por suas fases passadas e mesclar com seu presente sem soar oportunista, o Iced Earth é uma delas.



Plagues Of Babylon 




Plagues Of Babylon (2014)


  1. Plagues Of Babylon
  2. Democide
  3. The Culling
  4. Among The Living Dead
  5. Resistance
  6. The End?
  7. I I Could See You
  8. Cthulhu
  9. Peacemaker
  10. Parasite
  11. Spirit of The Times
  12. Highwayman
  13. Outro

A Banda

Jon Schaffer (Guitarras e Backing Vocals)
Stu Block (Vocais)
Troy Steele (Guitarras)
Luke Appleton (Baixo)
Raphael Saiani (Bateria, convidado)


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